terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pra onde vai?

Mais uma vida jogada fora. Mais uma pessoa morta pela criminalidade vivida em um país aonde - segundo o presidente - o povo está na merda. Lamentável. Hoje não venho para expor minha opnião. Venho apenas para contar-lhes uma história. A história de um menino infeliz. Uma história aonde sofrimento e tristeza se encontram. Uma história que não começa com 'era uma vez' e termina com 'viveram felizes para sempre'.

' Um menino chamado Arthur, vindo de uma família de classe média, equilibrada e superprotetora. Um garoto inteligente, altruísta e de bom coração.

Porém, tudo um dia deve mudar. Felizmente para ele, uma mudança para o melhor. Aos 13 anos, conheceu o suposto amor de sua vida. Nunca fora tão feliz. A cada dia, supreendido em como um amor incondicional podia aumentar de tal maneira. Mas não sabia que estava sendo enganado, iludido. Amargurado, se jogou em um mundo louco de festas, bebidas e sexo. Por má influência de "amigos", começou a se droga. Maconha tinha virando um vício para ele. Era a única coisa que o acalmava e fazia se sentir bem.
Conheceu um traficante que lhe oferecia a melhor erva da região. Mas claro, ele queria algo em troca. Queria que Arthur o ajudasse a vender. Tarefa para o garoto sorridente que sempre fora muito popular na cidade.
Os seus verdadeiros amigos passavam em seu bairro e notavam que ele estava mais sério e cada vez mais magro, mas ele sempre usava a desculpa de que estava passando por mudanças no estilo de vida e amadurecendo. Dizia que não precisava da ajuda de ninguém.
Aos 14 anos, aconteceu o que de melhor poderia acontecer a ele. Ele havia conhecido uma garota. A garota perfeita. Sua cara metade. Uma garota da igreja e de boa família. Nada parecida com as garotas que ele estava acostumado a transar. Logo, eles estavam apaixonados.
No entanto, havia uma condição da menina. Queria que Arthur largasse aquela vida para ficar com ela. Ele decidiu parar. Seu amor era maior que qualquer vício ou prazer. Ele se sentiu feliz mais uma vez. Seu ódio e revolta já haviam passado.
Agora, um plano ele ia executar. Usou a inteligência para bolar um plano. O plano perfeito, infalível, digno de produção de Holywood. Ele ia entregar o traficante. O plano não teria nenhuma falha. Não havia como o traficante descobrir quem o entregou. Mas Arthur contou muito com a sorte, e ela não estava com ele. O traficante de alguma forma, ficou sabendo e prometeu se vingar, mas Arthur não ligou. O perigo havia acabado.
Dois anos depois, o traficante fugiu. Fugiu e iria atrás de Arthur, mas ele estava diferente, não havia como ser reconhecido.. Mais feliz que nunca, prestava o vestibular - expecionalmente - aos 16. No entanto, chegou o dia da vingança, o dia do acerto de contas. Mas ele achou que seus "amigos" não seriam capazes de o entregar.
O traficante o encontrou e com a sua vida acabou'

Mais um coração que parou de bater. Mais um sonho inacabado.
E agora? O que fazer? A casa sem ele vai se tornar um tédio. Não tem remédio e nem explicação, não tem mais volta. Os amigos não aceitam e sua irmã se revolta. A família não se conforma com o que ocorreu. Ninguém acredita que o garoto morreu. Tiraram deles um jovem que sempre estava com um sorriso no rosto.
Sua vó - cristã fanática - hoje tem raiva de deus. A melhor amiga não apareceu no velório. O seu pai ficou mais sério, mais velho, mais triste. E a mãe se for por overdose de antidepressivos, pois além do filho, perdeu o sentido da vida. A namorada com quem sonhava se casar agora tem tendências suicidas.
Todos agora sentem vontade de choras ao lembrar dos planos em que ele insistia em dizer. Ele falava: ' Eu quero ser alguém um dia '.
Pra onde vamos quando deixamos este mundo? O que aconteceu quando este coração perde o pulso? O mundo é injusto. É melhor deixá-lo do que continuar a viver neste lugar hostil
E a família continua esperando pela volta de Arthur. Espera que um dia ele chegue de supresa, para ocupar o seu lugar vazio à mesa. Mas não vai, a saudade nunca vai, pois saudade sempre volta.
Se Deus é justo, então quem fez o mundo?

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