quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Le Lundi.

O outono estava no fim e o primeiro riso daquela manhã rompia pela janela do quarto da frente, abafado pelo travesseiro, rolando simultaneamente com a queda da última folha restante das árvores da pacata rua 22.
O menino procurava nos olhos dela algum brilho especial, mas este não havia. Ele procurava alguma forma, algum sentimento diferente. Medir sentimentos e atitudes nunca fora especialidade dele, mas ele agora parecia ser doutor naquela arte que era se esconder.

-
Mr. Confusion, make a move.
-

- Queria ficar contigo, nem que fosse só pelo tempo de uma canção, mas acho que tu ficaria entediada.
- Eu não me importaria de ouvir a mesma música pra sempre.
- Mesmo se fosse um interlúdio?
- Que fosse sem fim então.

Não se sabe por que ela o beijou, mas aconteceu e eles foram felizes, pelo menos enquanto a música durou.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Estou dobrando esquinas.

E elas são piores que bifurcações. Nunca sei com o que irei me deparar após cada uma delas, por conta disso não sei se posso acreditar na hipótese de ter encontrado o amor só porque os meus passos estão alinhados com o de uma pessoa. A estrada é cheia de tropeços e eu não reduzo a velocidade para que alguém me acompanhe.

Eu já pensei em esvaziar completamente o meu coração para poder começar tudo de novo com uma nova pessoa. Novos móveis seriam interessantes, mas por medo eu continuo na mesma. No meu peito continua o sofá que construí com o pouco de material que alguns deixaram quando foram embora. E foi nesse sofá que eu tive a conversa com o tal que resolveu me dizer: "O amor não existe mais. Amor é o que minha mãe sentiu pelo meu pai. Eles viveram juntos por 50 anos e há 7 anos ele partiu. Pois bem, há 7 anos que minha mãe não sabe o que é paz".
Eu permaneço aqui e pergunto se um dia terei alguém que me faça perder a paz.

Vou escrever menos.
Vou viver mais.
Isso não é o fim, talvez seja um novo começo.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Estou vendo que aqui é meu único lugar seguro...

Os textos passam na minha cabeça como pensamentos constantes, mal paro pra conciliar tudo, as vezes não sou capaz.
Queria poder falar tanto sobre assuntos que eu nem sei se realmente entendo, no breve momento de loucura eu tento falar o máximo da minha realidade, acredito que estou fazendo isso nesse momento.

Eu vejo tudo tão errado, tudo tão sujo, por quais motivos eu não quero sair do meu quarto branco?
Já não há mais um grito de paz, hoje está tudo tão breve, quero um pouco mais de verdade em nossos olhos, que voltemos a brilhar os nossos sorrisos em uma direção contrária, não há motivo pra seguir a "maré".

Verdade é que estou cansado, estou triste e sem muitas expectativas para o futuro, escrevo pra tentar aliviar meu pensamentos negativos, assim como muitos que sorriem mas escondem a forte depressão em seu peito...

Ri é algo tão bonito, me encanto por sorrisos, eles me lembram cada milésimo de segundo que eu vivo em vão.

"O bom, nem sempre é o feliz da fábula."

Queria que as pessoas por um simples minuto pensassem que um abraço vale bem mais que um carro, que a vida não tem sentido se for vivida por interesses e que talvez suas escolhas levem-o para uma despedida não favorável.

Sou feliz por partes, mas talvez não veja a minha felicidade completa, pois o mundo está morrendo mais rápido do que eu...
Não sei se a esperança é ainda a palavra chave pra essa "espera tola".
Não há mal maior que essa falsa esperança de que tudo irá se acertar com o tempo.

Acho que já estou quase no fim desse pensamento, acho que já irei perder chances de ficar calado, acho que o mundo pensa como eu, só não sei quanto tempo já se perdeu...


domingo, 26 de setembro de 2010

A terça parte do meu estresse.

Eu estendi a mão a todos que pediram proteção, embora eu sempre seja menor que tudo que gira em torno de mim. Sou pequeno, vim numa embalagem minúscula, por pouco não caibo no bolso dos outros, não suporto um peso tão maior que o meu assim.
Ofereci ajuda a todos que sempre reclamaram da solidão, embora eu sempre tenha sido mais solitário que os que passaram pela minha vida.

-
Eu só prezava pelo amor, eu só prezava pelo amor.
-

Os minutos antes de deitar na cama têm sido os que eu tiro para pensar em mim, em nós, no amor em geral. Tento olhar pra dentro de mim, mas agora eu sou míope do mais forte grau. Não há lente de contato que possa enxergar o que eu estou sentido, pois agora nada vai além de uma turvação confusa que eu nem ao menos sei se existe (ou se já existiu, algum dia).

-
Um amor livre, um amor livre.
-

O amor me subtraiu alguns inúteis anos de vida que não farão a menor diferença. Tenho quinze e sempre quis morrer aos vinte e sete, então meu destino não está tão longe assim. Depois do que passou, acho que isso foi a única coisa que o amor me acrescentou, já que disseram que a maturidade está em falta em mim. Eu a vendi. A vendi para outras pessoas que precisariam mais dela do que eu, vendi para outras pessoas que veem uma prisão como forma de vida, vendi para pessoas que não conseguem enxergar além de onde estão (assim como eu enxergo agora, sabe?).

Eu adoeci e moro num hospital.
Parece tristeza, mas é só cocaína.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Liar Liar.

As paredes do meu quarto já pareceram tão pequenas que eu achei que tomariam o lugar da minha porta. Elas já foram tão apertadas como eu o meu coração é hoje, com pouco espaço. E eu já cheguei a pensar que o meu coração não sararia, que cicatrizes eram infindáveis.

Hoje as coisas são diferentes. Me dói por ter perdido a vontade de amar, me dói ver tudo o que eu sentia se esvaindo por aí, indo pra algum lugar tão longe. Mas se o amor tiver de ser assim, eu prefiro que ele nunca mais volte. Eu já perdi o medo de andar sozinho pelo mundo.

Algumas pessoas gostam de dar ao amor um tom blasé, mesmo que inconscientemente. Essas mesmas pessoas gostam de apontar os dedos para os outros, pra tirar toda a graça que há no amor. Esses dedos agora estão na minha cara são pra apontar as minhas supostas mudanças, as falhas no meu sistema, porque errado por viver e obter resultados a partir do que estou sujeito a sentir. Vivem como robôs e por conta disso acham que eu devo me adequar, passar por esse processo de robotização, que eu devo deixar de lado os meus sentimentos e programar o meu coração para amar incondicionalmente. Não há amor incondicional enquanto meus olhos estão vendedos, enquanto minhas mãos estão algemadas a outras.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tempo...

Tempo, algo tão abstrato quanto o próprio nome...
Não que você seja obrigado a acreditar, mas um dia ira perceber que ele passa, e nem sempre isso é bom.
Ninguém falou que tudo seria fácil, só que não disseram que seria tão complicado. Eu queria saber por qual motivo eu sinto o peso do mundo em minhas costas.

Não é necessário contar os dias ou segundos para perceber, acho que tudo está aos poucos ficando cada vez mais solitário.
Acredito que há algo além dessas paredes, só que não consigo ver, pois o mundo está morrendo, a vida está morrendo, há dias que não consigo sair de casa pelo medo de não poder voltar.

Queria voltar a sonha com os dias de paz, lembrar de quando brincar na rua era meu único e sincero objetivo...

Tempo, algo tão fácil e ao mesmo tempo complicado de se entender, sabemos lidar com ele, só que não podemos controlar, e assim segue, o tempo controla o homem, aquele que o criou para seu ego e sua administração confusa.
Acho que estou pronto para cair dessa vez, não quero pena ou tristeza por mim, quero que percebam como a primavera ainda terá as mesma belas e floridas flores, não há motivo para choro, ou para lamentações.

O mundo ainda está aqui, ainda podemos mudar tudo, ainda podemos continuar sorrindo. O vem e vai dessa vida corrida consome o que temos de mais bonito que é a esperança, então que tomemos o controle desse "tempo", que viremos a roleta, que seja a vez da vida e não do tempo, que tudo volte a ser como era, pois o tempo é para os adultos e não para as eternas crianças...

Janta.

Que vontade de sumir, de fugir, deixar tudo, as pessoas, os pertences, os presentes, os dados do jogo, as chaves da porta, os cadeados do tesouro.
Deu vontade de perder o altruísmo, o heroísmo que admiramos, o juízo que tanto prezamos. Me perder no tempo, ser caça-talentos, ser pirata ou quem sabe um caça-fantasmas.
Vontade de perder o meu tudo, o mundo, escapar de mochila, ser vagabundo na China. Ir pr'outro lado do planeta, encontrar pessoas menos ciumentas. Dividir o peso e multiplicar os desejos, completar alheios, deitar em campos de centeio pra relaxar, pra poder dormir em paz.

sábado, 18 de setembro de 2010

Alto.

Roga por Deus
pra que faça os seus melhores
mas teus dias são piores
vive implorando por libertação
o mal te persegue
e consegue afetar teu coração
ele não ajuda
ele te afunda

Não lamenta pelo que faz
procura calma onde não existe
insiste em viver sem paz

Tento mudar os sujeitos
acordar às 4 pra roubar um beijo, sem jeito
E recostar no teu peito
pra morrer de arquejos

Eu tenho esse coração sentimental
Batendo, pulsando
Fervendo, escaldando
Prezando pelo informal.

Tudo que podemos dizer...

Bem, eu acho que nós podemos ficar aqui, e conversar por horas, sobre coisas que eu nunca te disse , e coisas que nunca fizemos.
Quando as palavras tomam dias você pode reescrever e apagar qualquer coisa.

Porém, tudo que eu trago são palavras do seu parágrafo favorito, para escrever sobre todas essas coisas que aconteceram.

Eu espero poder significar o máximo para você, e a cada linha eu acho uma nova página de esperança para os dias quando eu sinto que eu perdi tudo.

Você sabe o que eu realmente sinto no meu coração, então me diga tudo que eu preciso fazer para não ter que te ver triste, porque eu realmente não quero isso e nunca vou querer!

Eu ficarei bem, é isso que você quer que eu diga ? Bem, tentar tanto dizer que você é acima de tudo especial para mim seria a coisa mais fácil do mundo nesse momento!

Linhas nós dizemos, nunca significaram as palavras que queríamos, pois não são palavras que representam sentimentos.

Bem eu acho que nós podemos ficar aqui, e conversar por horas, sobre coisas que eu não poderia te dizer, e coisas que nunca poderemos fazer...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Diabetes.

Romeu àquela noite, de frente pra TV, tentava assistir o Pôquer. Nunca fora fã de jogos de cartas, mas sempre fora um cara de fases. Numa dessas fases, apaixonou-se perdidamente, e talvez tenha sido a melhor fase da sua vida, a que mais durou, a que mais acrescentou-lhe algo. Mas depois de 15 anos, o fim chegou, por mais que Romeu fizesse, de propósito, o caminho tornar-se o mais sinuoso possível.

Romeu, velho e carcomido pelo tempo, arrepende-se do que não fez quando jovem. O arrependimento é clichê, já que sempre desejou morrer de amor e a paixão por Julieta nunca tenha sido suficiente. Ninguém jamais foi o suficiente para satisfazer Romeu, mas ele aprendeu a aceitar a vida como é. Poucos são aqueles que encontram um amor, continuam saudáveis e morrem com ele ao lado.
Aprendeu toda a relatividade que há na felicidade e que o amor não existe. Pra ele, o amor só existe na cabeça das pessoas e a amnésia constantemente põe fim nele. Romeu sempre desejou que o Alzheimer levasse embora as suas preocupações e angústias, mas este só faz o trabalho de tomar pra si o que há de bom nas pessoas.

Aqui jaz um triste palhaço - Na fase atual, Romeu só pensa em como será a sua morte. Olha para o seu fim de forma bem-humorada, ja que nunca foi bom com palavras a ponto de escrever um Haicai. Nunca foi bom em nada. Portanto, toda noite pede para Julieta sussurrar em seus ouvidos o quão importante ele é e foi. Julieta, com doçura, age como se amasse um homem doente. Julieta continua sendo doce, porém a doença que mais aflige Romeu cria a maior mentira do mundo para Julieta. Romeu agora é diabético.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Incompleto.

Os colapsos de nervosismo que tenho fazem músicas alegres parecem chatas. Melodias tristes são necessárias quando me sinto assim, não importando a composição, o tempo o compasso. Basta que a voz seja desesperada como eu. E se sou a voz que canta, quero dissonar.

A vida tem sido um rio desde que a gente nasceu, mas a gente sempre é fraco e deixa a correnteza nos levar. A gente esquece os afluentes que nos levam pra novos conhecimentos, sentimentos, amores, novas águas. E se sou água, quero evaporar.

Se a vida é assim, quero viver como um paradoxo.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Bem natural.

As montanhas se formaram
e ninguém veio ver
Foram feitas pra fazer sentir
alguém que vá cuidar de mim

Carrego, então, um escudo
no escuro não me enxergo
exagero e por segundos
não encontro triunfos

Sorrindo, costuro as rugas no rosto
E as fugas são pouco pra me animar
Avisto balões a voar
deixando milhões de corações soltos pelo ar.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Bons dias.

Eu entro e os cachorros latem como se vissem um estranho invadindo a casa pela porta da frente. Correm até mim, ferozes, mas logo se distraem com pássaros que voam e bebericam água nas poças. Eu nunca confiei muito nesse papo sobre a lealdade dos cães, eu sempre preferi essa distração habitual onde eles se perdem, assim como eu me perco, assim como eu acho que todas as pessoas devem ser perder por mais orientadas que estejam.

Os móveis na sala não são mais de acaju, tudo mudou e as duas semanas que se passaram causam-me impacto de dois anos. Prendo a respiração ao passar por aqui; não gosto dos porta-retratos expondo fotos felizes, suas e de outras pessoas.
No velho triturador de papel:


Enquanto respirar
o vento que leva
e Eu quiser morrer
sem você lá ou aqui
pois conosco,
nada
nunca irá
além do
velho erro que é
amar alguém.


Eu ainda lembro de quando escrevi, deitado na cama, contigo ao lado mexendo no meu cabelo e contando histórias engraçadas pra me desconcentrar. Mas agora o texto está desfigurado e tosco, agora quer dizer outra coisa completamente diferente.
Eu às vezes acho que seria capaz de sentir arrependimento de todos os nossos segundos juntos, mas eu ainda não tenho coragem de levar as minhas coisas. E quando eu pegar o meu travesseiro, perguntarei-me o porquê de poder te imaginar aqui comigo e não poder te ter. E eu também vou me perguntar aonde foi que eu errei.

sábado, 11 de setembro de 2010

Talvez

Talvez eu nem saiba o que escrever...
Talvez eu nem saiba o que falar,
Isso não faz de mim um pensador.
Tão pouco faz de mim um ser humano...

"O lado bom de estar confuso é que você não sabe o que procura, mas tem a plena certeza que um dia vai achar..."

A maioria dos filósofos escrever apenas pelo prazer de desabafar, apenas pelo prazer de escrever o que pensam...
As pessoas deveriam ver desse modo, levar a vida como um belo texto, que ao mesmo tempo deve ser coerente.

"Não podemos mudar o mundo em segundos, mas podemos transformar os segundos em horas para muda-lo."

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

#@s!@

A gente se pega de saco cheio
insatisfeito com toda opção
O coração nos maltrata
e mata, sem perdão

Então a gente sorri pra esconder a dor
O calor que antes nos esquentava, some
Só resta fome e sede
Nos consumido e levando... pra onde?

A gente faz bico
paga mico sem saber
E quando acaba, os risos param
e ninguém sabe pr'onde escapam

Por enquanto só quero os seus risos
Eu quero morrer sorrindo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Maçãs, corpos nus.

Tenho medo dos seus medos
como se fossem me afetar
Eu desejo os teus desejos
como se fossem pra me agradar

Final de agosto e aconteceu
o desgosto me venceu
e eu fiz preces às pressas
depois de tanto festejar as mesmas festas

Quero um ponto de vista
Ou quem sabe uma visita
Uma terra a avistar
Um coração pra desfrutar

A gente tem ou não história?
Melhor deixar o faz-de-conta na memória.

domingo, 5 de setembro de 2010

Oxímoro.

Nós somos criados desde pequenos com duas ideias:
1) Crescer na vida e ser alguém;
2) Ser um merda.

Desde que a gente é piá, lá no que "eles" chamam de pré-escola, somos pseudoincentivados (porque no fundo ninguém se importa com a Educação e a Escola não está nem aí pra você) a estudar para nos tornamos "alguém".

A concepção de "ser alguém" que nos é imposta é completamente o oposto da minha visão de mundo. Não me vejo "sendo alguém" quando estou sendo visivelmente (para alguns) programado por alguém para proporcionar o lucro alheio. Trabalho gera dinheiro, dinheiro gera satisfação material. E a satisfação material SE ESVAI, migalha por migalha, restando apenas algum farelo que não tapa a necessidade humana, e não há bolsa-família capaz de tapar esse buraco.

A gente diz pras crianças "Estuda pra ser alguém na vida" por não ter coragem pra dizer "se mata de estudar, meu filho, porque você precisará passar no vestibular para depos fazer uma pós-graduação. E sem essa pós, você não terá o seu espaço". É muita responsabilidade e eu não quero isso. Eu quero afetividade, solidariedade, integração, porque é isso que importa. Quero ir além dessa casca que nos prende e recebe o nome de Vida. Não quero as grades de instituições falidas (escola e casamento) para me prender. Sou totalmente contra.

E pode dizer que eu sou um mau exemplo quando digo que não estou a fim de fazer uma faculdade ou arranjar um emprego, mas é por culpa dos supostos bons exemplos que eu vivo na incerteza de não saber se conseguirei chegar ao fim do ensino médio sem antes me matar.

Loucura P.2

Você estranha o estranho pois no seu sentido ele é estranho. Tenho medo de estar certo disso, afinal, na teoria tudo é estranho para mim, ou eu sou o estranho do mundo?
Rir sempre espanta alguns fantasmas, deve ser por isso que eu estou sempre sorrindo...
Poderia a partir desse momento falar que estou bem, apesar de saber que amanhã estarei pior...
(Música por favor.)

Também acredito pouco em verdades, pois sendo verdades, elas são um pouco da mentira inversa, quem só fala a verdade, tem medo de que estejam mentindo pra ele, e quem mente tem receio que a verdade seja pior que a mentira.
Digamos assim, há erro tanto de um lado, quanto do outro. Olhar o outro lado da moeda sempre foi um vício meu, afinal, só tem cara de um lado...

"Deixar e partir,
Falar e agredir.
Quanto tempo se passou?
Quanto tempo você gritou?
Deixar e partir,
Falar e sorrir.
Absurda-mente a minha mente."

Achar que você é justo, é o mesmo que ser egoísta?
Pense nisso por cinco minutos que talvez você fique como eu. Pior que isso é encontrar erros em tudo que você faz, sério, isso pode-ser um pouco da minha falta de autoconfiança.
Escrever tudo que penso é uma das partes da minha gigante loucura, talvez essa falta que sinto de uma pessoa seja a culpada...

"Quem falou que o cego é o que não vê?"

Já mudei tanta coisa de lugar que hoje prefiro tudo parado, algumas coisas preferem assim também. Falei e fiz, isso é mais que afirmação, é fato. Nem estou procurando entender tudo, isso seria relevante demais, ainda mais se o sábio fosse tão pobre em espírito quanto o ladrão, que já desistiu de si mesmo.

"Falta um pouco do mundo em cada um de nós."

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

YT.

Existem duas coisas indispensáveis na minha vida, de tamanhos tão colossais, de formas tão singelas, que tudo o que quero é poder juntá-las em uma só. O problema é elas estarem assim, tão próximas, e não terem a menor ideia disso.

Há algo dentro de mim que a cada dia me seca mais. A água que corre dos meus olhos serve para recordar que talvez eu estranhe quando tudo que eu tenho sumir. Porém me entrego a elas, me entrego as minhas lágrimas, pois elas são a melhor companhia, o melhor apoio que tenho tido desde então.

A cada dia meu sangue esfria mais e os 20 textos que escrevo por dia não são suficientes para aquecer as minhas extremidades que com o tempo se tornaram roxas e disformes. O frio me matará se eu não tiver aqui alguém que me aqueça. Procuro forças que me aqueçam e não sei se prefiro a incerta força que me faz sorrir ou a certa força que... o que é você me causa mesmo que eu nem sei explicar?

Tento não me imaginar
mas vejo, prevejo futuros insólitos
onde corações inóspitos pulsam para me matar
Tento não me alçar
mas sinto, persisto em rumar ao céu
Minha âncora faz peso em excesso
porém apenas pra me machucar, sem progressos
Então falo alto pra acordar você
só pra não ter que te ouvir que dizer
que perdi o que sempre foi meu.

Eu sei que eu jamais merecerei algo que alguém ouse sentir por mim. Eu só mereço a morte, mas essa não me merece.
O bom de morrer de amor é continuar vivendo, e o ruim de continuar vivendo é saber que a única alternativa para o amor é a morte.