sábado, 29 de outubro de 2011

se sou inseto ou não, quem dirá? vivo na morte e na merda

o mundo está cheio de insetos interiores
estáticos e quadrados
ensimesmados demais pra ser
pensam só em ter
cuspindo no prato antes mesmo de comer

como então viver nesse canto inóspito
futebol horóscopo economia e esportes
meu forte é não me perder no usual
mas afinal quem vive sem alienação

ensimesmo-me também
escrevo sobre mim pra mim
porque quando pergunto não tem ninguém aí
não há ninguém aqui

sigo em frente por diversos sentimentos
dos tormentos esqueci calmamente
prefiro lembrar-me humanamente de mim
parar de imaginar o fim, assim, tão cedo
porque o que escrevo
é a minha vida como entendo

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

meu sorriso, morena

distante
de instante imaginar se sou ou não capaz
da minha paz, do que quiser
parece saudade
e é

ser em corpo
mas não em alma
velho moço vivo morto
preciso de um pouco mais de calma

se eu não andar
a vida vai sem mim
se ficar
me dá um beijo o fim

paro sento penso choro
a sociedade fode o mundo
diferente, não ignoro

qualquer um tem vocação pra ser gandhi
mas escolhe ser tirano, capitalista
nessa vida quero ser turista
e viajar, viajar no meu plano

se o mundo acabasse hoje, quem?
pois é, meu bem,
queria saber se meu sorriso
ainda atrai alguém

terça-feira, 25 de outubro de 2011

desgaste

Tem gente que descobre cedo, tem gente que descobre quando morre, tem gente que nunca descobre, tem gente que não sabe de nada que ocorre. E tem gente que, mesmo assim, como pode, vive.

Normal falar que há tempos são os jovens que adoecem. Mas na verdade todos estão sujeitos a adoecer, estando ou não já adoecidos, sei lá, dá pra ficar mais doente ainda com o passar do tempo? E afinal, há quem ainda proclame ser são nesse mundo?

Às vezes você se pega pensando na vida e o que surge na sua frente são só perguntas, sempre mais perguntas que respostas. É, tá tudo errado.

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Se entregar ao acaso é a maior loucura que se pode fazer em prol de uma sanidade a longo prazo.
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O foda mesmo é sempre aprender as coisas da pior forma possível. Se solto balões, incendeio minha casa; as bad trips parece que não passam; se chuto uma pedra, esfolo meu dedo; se resolvo brincar, mesmo que de roleta russa, estouro meus miolos. E se amo... melhor nem falar.

Não tenho pressa. Só tenho a liberdade e o tempo que bem entender pra adentrar em mim e me perder, me achar, sempre que quiser, tudo em mim, tudo por mim. Pra que assim, quem sabe, encontrar sentido pra essa coisa que todos levam nas costas como um fardo.

Sábio mesmo é quem vive o que diz.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

improviso

tempo de novidades
ou quem sabe as velhas verdades
com o tempo esquecidas
transmutadas em noites mal dormidas

um dia de cada vez
que acabe em destino mais cortês
diminuo o passo pra acompanhar o vento
se acelerar, aproveito em não reparar o relento

nos amigos do peito, da pinga
fazer minha viga, meu apoio
com as palavras de consolo
meu joio

depressão passa ligeiro
e o que fica é o tempo perdido com bobagem (tristeza)
sem a velha "topagem"
dedos inteiros

tirar a solidão para dançar
e se com nenhum amor cruzar
fazer o quê?
vou improvisar

sábado, 8 de outubro de 2011

cuida de mim.

queria que a vida fosse assim, um realejo
notas certas e o final feliz, um abraço e um beijo
mas não é desse jeito que acontece
sorte que na vida há você (e tem gente que não agradece)

você chega no quarto
e de bobeira e besteira perfuma o ar
enche de risos o vazio do meu peito
e, sem jeito, enxuga meus olhos a lacrimejar

faço essa poesia pra tentar cantar o meu amor
pra que você não fique sozinha quando lhe faltar o calor
que dos teus braços o meu abraço seja o favorito
que seja tudo assim, infinito

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

estresse

sair por aí sem calçar os mesmos sapatos de sempre
e veementemente acreditar que a vida não é mesmo um saco
ver o tempo passando parado estático feito estátua
raspar com espátula as sobras do vento

vento bento nas lágrimas choradas
pra refrescar as minha lembranças que
abobadas parecem um tanto perdidas
em andanças mal resolvidas

muito cortisol pra pouco cabelo
ah meu bem quem me dera tê-lo
como se bastasse só querer
mas eu sei
eu sei que logo vai doer

o que você quiser
agora como der