domingo, 26 de setembro de 2010

A terça parte do meu estresse.

Eu estendi a mão a todos que pediram proteção, embora eu sempre seja menor que tudo que gira em torno de mim. Sou pequeno, vim numa embalagem minúscula, por pouco não caibo no bolso dos outros, não suporto um peso tão maior que o meu assim.
Ofereci ajuda a todos que sempre reclamaram da solidão, embora eu sempre tenha sido mais solitário que os que passaram pela minha vida.

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Eu só prezava pelo amor, eu só prezava pelo amor.
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Os minutos antes de deitar na cama têm sido os que eu tiro para pensar em mim, em nós, no amor em geral. Tento olhar pra dentro de mim, mas agora eu sou míope do mais forte grau. Não há lente de contato que possa enxergar o que eu estou sentido, pois agora nada vai além de uma turvação confusa que eu nem ao menos sei se existe (ou se já existiu, algum dia).

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Um amor livre, um amor livre.
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O amor me subtraiu alguns inúteis anos de vida que não farão a menor diferença. Tenho quinze e sempre quis morrer aos vinte e sete, então meu destino não está tão longe assim. Depois do que passou, acho que isso foi a única coisa que o amor me acrescentou, já que disseram que a maturidade está em falta em mim. Eu a vendi. A vendi para outras pessoas que precisariam mais dela do que eu, vendi para outras pessoas que veem uma prisão como forma de vida, vendi para pessoas que não conseguem enxergar além de onde estão (assim como eu enxergo agora, sabe?).

Eu adoeci e moro num hospital.
Parece tristeza, mas é só cocaína.

2 comentários:

  1. o que dizer desse texto .. difícil .. é meio que íncrivil como os teus textos tem me deixado num estágio de pensamento profundo! Talvez seja mais impactante do que eu pensava, encontrar o que eu sinto, dito ou escrito pelas palavras de outrem.

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