terça-feira, 12 de outubro de 2010

Mais um soldado.

Seria absurdo afirmar que naquele momento a solidão era a única coisa que me completava, mas era verdade. Os dias que se passavam era tão conturbados que por mais que eu fugisse todos os dias para o pier, eu não conseguia notar toda a beleza que havia no mar. Era a mesma coisa que estar com os olhos vendados e assim eu vinha vivendo desde que eu tinha conhecido aquela menina.

A menina que um dia fora capaz de fazer meus pés deixarem o chão para me alçar involuntariamente em um voo sem direção, tornara-se ruim, mas só perdendo tudo é que eu consigo perceber o valor imensurável que possuem. Eu voava e a minha única preocupação era a de me manter longe do solo (talvez por querer aquela sensação pra sempre, talvez pelas más experiências com colisões).

O ser humano está fadado a ceder quando o cansaço - físico ou mental - começa a corroer pouco a pouco as entranhas, trazendo aquele calor fúnebre para cada pedaço do corpo (até mesmo os mais ínfimos). Eu estava cansado de ser mais um soldado marchando por aí. O calor me congelava (acho que quando a dor é muita, o nosso corpo se torna vazio, sem vida, frio) e eu precisava apagá-lo.
Joguei-me, desejando nunca mais acordar.
Afoguei-me, desejando pela última vez me encontrar.

O céu só é o limite pr'aqueles que têm medo de voar.

4 comentários: