quinta-feira, 10 de março de 2011

Ver demais.

Foi-me dito que amo demais e que talvez fosse hora d'eu seguir o momento e praticar o "desapego", já que eu tinha uma vida social a zelar.
O que é a vida social se não a imagem que queremos passar para os outros, fazendo de conta que nosso padrão de vida é melhor que o alheio ou - nos casos mais extremos - superior. A nossa vida social nada mais é do que aquilo que inventamos e não vivemos por falta de coragem (ou seja lá o que essa sensação seja).

- Eu não gosto de ir a festas.
- Nossa, cadê tua vida social?
- Prefiro ficar em casa. Ler um livro ou ver um filme faz eu me sentir melhor.
- Isso é o que você pensa. Você não sabe nada sobre viver. - Disse o cara com o nome de outro cara bordado no elástico da cueca de 50 reais.

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Pensar, por sorte (ou não), ainda é de graça.
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A cultura é massante nos dizendo o que vestir, ouvir, como agir, o que comprar (se você discorda, pense direito), o que comer, quais filmes assistir, quais causas apoiar, a melhor religião a seguir, em qual Deus acreditar, qual partido se filiar, quais livros ler (essa aqui é brincadeira porque ninguém nos incentiva a isso), nos impõe o padrão de segurnça, etc (fim da minha capacidade de pensamento momentânea)

Digam-me como amar e então lhes direi como morrer.

2 comentários:

  1. Praticar o desapego, coisa difícil pra caralho. Sabe qual o meu problema? Talvez você nem queira saber, mas vou te contar. O meu problema é que me desapego me apegando, entendes? Todas as pessoas que eu gosto, eu gosto de um jeito absurdo. Como se cada célula do meu corpo precisasse daquela pessoa pra funcionar. E aí, a única maneira que eu sempre encontro de esquecer tal pessoa (porque meus sentimentos nunca são recíprocos e eu sempre preciso esquecer) é encontrando outra. E assim vivo nessa eterna agonia. Encontrando pessoas, amando-as com toda a minha existência e procurando outras pra "tapar o buraco" que a anterior me causou. E acredite ou não, foi tentando zelar a minha vida social que encontrei alguém à quem me apeguei, mais uma vez.


    Preciso te contar um segredo: Ir à festas é ótimo. Eu também sempre preferi ficar em casa e ler livros. Mas descobri um pouco de liberdade quando no meio daquelas pessoas eu simplesmente pude jogar meus braços pro alto e sorrir sem máscaras. Sentir a batida da música e esquecer um pouco das batidas – que pareciam mais facadas – do meu coração. Experimente.


    Quanto à julgamentos... ah, tão complicado falar sobre eles. As pessoas vivem julgando umas às outras. É rídiculo, mas nós somos todos ridículos. O amor é rídiculo. Viver é ridículo. Os julgamentos nunca vão ter fim, a única coisa que podemos fazer é cuidar de nós mesmos. Escolha sua religião, acredite no seu Deus, vista, escute, viva da maneira que for certa pra você, às vezes, o que é certo pra você pode não ser o certo para os outros, você só precisa fazer sem se preocupar com o que vão pensar.


    Ei, leãozinho, é tão bom morrer de amor e continuar vivendo. Concordas?


    (Tenho pensado em você, vi você falando algo sobre suicídio dia desses, vou te mandar vibrações boas, espero que recebas. E acredite, TUDO vai passar.)

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  2. Eu procuro não pensar que é tudo voltado para o capitalismo ou então para a "lobotomia social". Quanto a sociedade "dizer o que fazer".. bem, isso já começou no laço materno....e tal...
    Adorei a parte do cara da cueca de 50 reais. KAPSOKAOPSKAOPSKAP
    "Digam-me como amar e então lhes direi como morrer." > merecia virar uma tatuagem! ;*

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