segunda-feira, 18 de julho de 2011

Goma de Mascar

Ando sentindo uma inquietude inerte, um tanto imperceptível àqueles que sentam comigo à mesa ou que me vêm sentado lendo um livro, calado, distante. Ultimamente só sinto a paz que há tempos foi-me arrancada quando faço algo além da minha capacidade. Agrada-me poder enxergar essa outra pessoa, essencialmente melhor, dentro de mim. Ela, que tão pouco se manifesta, não me deixa assim, perdido, com tantos pensamentos banhados em pessimismo.

Por ser tão ausente essa outra identidade, penso em estar só, nos mares por onde andei e de repente me apercebo cheio de enfermidades, dignas de manicômio.

Eu to com a cabeça meio fora do lugar desde que aprendi a mentir que estou me sentindo bem. Desde então procuro por alguém que me dê uma luz, bandeira, um sinal qualquer de que estou tomando como certo os melhores caminhos.

Numa das constantes bifurcações que me surgem:

- Por onde devo ir?

- Isso depende de onde você quer chegar.

- Não tenho um objetivo em mente.

- Nesse caso, qualquer lugar é válido.

E assim eu continuando andando, meio sem rumo, como o chiclete amarelo do pacote, sendo a última escolha de todos. Aliás, devo dizer que só sou notado quando, após revirar a embalagem, só resta o amargo: eu.

Saudades de quando eu tinha alguém que ignorava meus soluços porque sabia que tudo ia ficar bem.

2 comentários:

  1. Tem umas coisas que tu posta que me identifico, e fico pensando... Tipo as coisas desse texto. E tem coisas que tu posta, que não tenho ideia se um dia vou sentir, coisas que quero, coisas que evito. Enfim, te acho interessante. Fico pensando também, como você é no dia-a-dia, se demonstra esse mar todo.

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