segunda-feira, 21 de maio de 2012

agora que vou

Hoje vou, mas deixo aqui tanta coisa: quantas certeza e incertezas, filosofias e o senso-comum. Tudo que guardo comigo se extingue.

Minha hora chegou e não tive tempo de compreender a Teoria da Relatividade, em para estudar Alemão. Não tive tempo de ensinar meus netos a transformarem o sonic em super sayajin, mas hoje em dia quem se importa com esses joguinhos?
Quanto ao que aprendi: está certo que filhos, netos - quem sabe bisnetos - levarão consigo de alguma forma, quando os ensinei, mas até quando isso é certo?

Quantos mosquitos matei, quantas maçãs mordi, quantos sambas sambei?

Assim como não tive tempo de acompanhar os 4,5 bilhões anos de vida da Terra, meus filhos não me viram passar, só em parte. A gente vive e só vê por completo a nossa vida. Nascemos e morremos solitários, como lobos, e certas vezes, como tais, matamos para sobreviver. Mas enquanto passei, amei a todos que toquei.

Ah! Ah, a vida! Uma só é a vida! Uma só é tão pouco! Por que Deus nos dá uma só? Se ele existisse eu perguntaria. Mas agora eu tenho que ir. Deixo aqui as ambições incompletas e os amados. Uns pensariam e encontrar os amados que já foram, mas eu só penso que estou, em delírio, perdendo a consciência. Mas foi essa que me fez sofrer durante anos: minha consciência. Então me pergunto: se me fez sofrer tanto, por que o medo do não-ser?

Melhor apagar a luz.

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