domingo, 22 de novembro de 2009

Somos nossos próprios inimigos.

Eles povoam a nossa imaginação. Ocultam-se sob nossas camas. Rastejam nos obscuros recessos de nosso inconsciente primitivo.
Não há fuga, não há refúgio a 'coisa' vai pegar você. A Besta, o aniquilador, o Lusus Natura. O que é? Por que o tememos? Qual é o seu nome?
Sempre tivemos nossos demônios.
Há muito inflamam a imaginação romântica de sacerdotes e poetas.
Houve um tempo em que os denominamos Trolls; depois foram chamados de Diabos, e então vieram as Bruxas misturando poções maléficas em seus caldeirões. Ainda mais tarde, dizia-se que o Monstro era o Lobo Mau, o Bicho Papão, o Godzilla do terror da Guerra Fria. Por fim, alguns chamaram-no de intoler ância e boçalidade. Durante algum tempo tentaram convencer-nos de que monstros não existem, que tudo no universo tinha, ou logo viria a ter, uma explicação racional.
Agora compreendemos a dimensão do universo, sua infinitude inimaginável, sua estrutura caótica e a insignificância de nossa própria existência. Agora admitimos a relevância dos problemas que enfrentamos e a nossa aparente incapacidade de gerar mudanças na escala necessária para salvar-nos.
Tivemos um lampejo da realidade e enxergamos a verdade por trás do véu. Fechamos o círculo e redescobrimos o Demônio. Recuperamos nossa herança ancestral. Achamos aquilo a que concedemos tantos nomes — a fonte de nosso terror mortal.
Descobrimos o inimigo... e somos nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário