domingo, 18 de abril de 2010

Loucura é opcional.

A preguiça física me impede de mudar.
A preguiça mental me impede de continuar.
Eu fui expulso.
Chutaram-me para longe.
Na mochila amassada, meu coração fraco.
No bolso, a coragem de quem tem vergonha.
Num diário vazio, tento recolher as palavras certas para tocarem o coração das pessoas.
Não dá certo, minhas palavras são fracas, elas não comovem ninguém.
Começo anotações.

Lista de coisas que eu gostaria de ganhar:
- Um novo coração;
- Coragem;
- Criatividade;

- Uma vez me falaram sobre um tal mágico, que vive na Cidade de Esmeralda. Disseram-me que ele faz maravilhas, lhe dá tudo o que você pedir.
- Aonde fica essa tal cidade?
- Você não sabe, Arthur? Fica em Oz.

Busquei Oz.
Por anos, busquei.
Hoje, estou perdido.
Estou perdido na minha mente, os anos de busca não passaram de minutos perdidos na minha mente.
Oz não existe.
Nada disso jamais existiu.

Não sou de lata, tenho meu coração.
Não sou covarde, estou vivo. O mundo é de quem tem coragem.
Não preciso de criatividade, me afago em palavras xulas.

Apesar disso tudo, me sinto feliz.
Estou feliz por ter te encontrado.
Por dentro, estou alegremente bem.
Por fora, ainda quero morrer.
Eu estou envelhecendo.
Quer dizer, não estou literalmente envelhecendo.
Meu corpo se encontra intacto.
O que envelheceu foi minha alma.
O que perdi foi o curso.
O curso da minha alma.
Ela já não aponta mais para lugar nenhum, a não ser o abismo.
Sempre o abismo.

2 comentários:

  1. putz, muito lindo esse. especialmente lindo, não pergunte o porque. eu pareceia estar lendo um dos poemas do meu professor, que eu te mostrei um dia desses.
    parabéns, como sempre.
    :*

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