sexta-feira, 30 de julho de 2010

Nowhere Love. Parte 1

- Ta escuro lá fora. – Eu estava assustada, inegável. A essa altura do campeonato eu não sabia do que o Felipe era capaz.

- E daí, Fernanda? Desde quando eu me importo com isso? Sai agora! – A voz dele estava pesada. Felipe não era mais o mesmo havia algum tempo. Os meses decorridos após ele por na cabeça que eu o estava traindo passavam em câmera lenta. E em câmera lenta eu sentia todo o comportamento grosseiro do Felipe me matando lentamente. Por vezes ele deixa esse assunto de lado, como se não se existisse. Mas sempre volta a me perguntar sobre o Gustavo.

- Por que você continua com isso? Você sabe que o Gustavo e eu somos só amigos de infância, por isso somos tão próximos.

Felipe bufava de raiva. Apagou o cigarro na parede e me olhou com raiva. Por um momento achei que morreria aquela noite.

- Você me dá nojo. Mete o pé antes que eu mude o meu alvo. – Socou a parede com ar de quem estava tentando se conter. – Eu gosto muito de você. Não quero te machucar.

Paciência.

A primeira virtude precisa para manter uma relação é paciência, eu acho. Pelo menos na minha mente de menina adolescente fazia sentido, na época.

Eu aprendi a ser paciente com o tempo. Eu costumava esperar um sentimento igual ao que eu dava, mas percebi que é nesse ponto que pecamos. Eu vivia interpretando papeis para carregar mentiras que faziam sentido apenas na minha mente. Mudanças e permanências; seja o que for, não é igual. O amor não é igual. O amor não é pra sempre.

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