quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Trânsito.

Há um tempo atrás eu pintei um sinal de 'proibido estacionar' no meu coração. Sem querer saber de nada, eu continuei a viver; ninguém podia me ter, ninguém seria meu. Mesmo assim meu coração ainda permanecia a gritaria, proclamava sua dependência por alguém, deixando algumas pessoas constantemente estacionarem, sem multá-las. Quem levava o prejuízo no final era eu mesmo. Por que meu coração foge das regras que ele mesmo impõe? Acho que meu coração não tem cérebro.

Pelo menos duas vezes por semana desejo voltar a ser criança. Nos momentos de colapso, eu penso na minha infância. Tardes perdidas com a irmã, dentro da TV. Noites perdidas com a prima, escrevendo fanfics dos nossos desenhos favoritos. Quando a gente é criança, a gente não tem opinião, mas todo mundo nos dá ouvido e ri quando dizemos nossas ideias, teorias e mentiras. Nossas mentiras se fazem verdades para as pessoas que tanto nos amam. Não há amor maior que o da família, e o amor da família é o único que permace o mesmo quando crescemos. Quando criança, somos mais protegidos e amados. Por conta disso, soco meu coração para dentro, até ficar do tamanho do de uma criança que só pode amar desenhos, seus pais e a paixãozinha da escola.

Por falar em criança, gosto de ter atitude tão bobas quanto as delas. Escrevi bem grande sobre a placa, em laranja: 'Não é válido para uma certa pessoa, essa pode estacionar quando bem entender'. Eu só não sei pr'onde isso vai. Só não sei se já deixei de ser criança.

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