ontem à noite era cego
eu, num inferno
sem fim ou clarezas
só ausência
ausência de mim
me engolia a vontade de sumir
todavia,
era só físico
pelos meios os cabelos balançavam
desfile de cores e texturas
as folhas lá fora em vento avoaçavam
mergulhando a garganta em secura
o tato aguçado pela falta de sentidos
me arrebatava num canto, ferido
súbito
repentino o frio me calava
arrancava voz
amarrava em nó o espírito
sufocava
algo algo algo
alguém?
ninguém
dia algoz
estava só
até que tu canta bonito a solidão
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