domingo, 27 de novembro de 2011

Yesterday

Há algum tempo venho pensando nas coisas que me aconteceram, do tempo (o ano) que perdi achando que as ilusões eram verdade. Tenho pra mim que o ser humano possui uma enorme e insaciável paixão pelo impossível, cuja extinção mostra-se necessitante da maior das catarses: a autodestruição.

Nossa mente é capaz de gerar merda em cima de merda. Mal sabemos o motivo, mas isso não importa, basta disfarçá-las com a desculpa de que as mágoas precisam ser afogadas.

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Não faço análise à toa

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Em um ano, o que perdi? Pareço tão mais velho e esse texto que hoje escrevo soaria perfeitamente como um discurso de ano novo, vem antes, já que eu, no alto da minha excentricidade prefiro não delimitar prazos, pois estes estimulam minha tendência à procrastinação. O que seria de mim se eu mesmo me impusesse limites?

O “agora” sempre passa. A relatividade do tempo já foi mesmo provada e apreciada? Sei lá, o agora já foi mas ainda pode vir a ser. A questão é: o agora nunca fica marcado no tempo. Diz-se “agora”, logo ele vira “depois”. E o que vem depois do depois?

As ilusões que vivi nos últimos tempos levaram embora parte de mim que não volta mais. Meu sorriso, mutilado, felizmente encontrei naqueles que sempre estiveram lá por mim e eu, tolo, não via. O que machucou de verdade, porém, foi a desilusão, a volta à consciência após uma respiração boca a boca feita pela realidade em pessoa. Por vezes duvidei da existência de tudo enquanto tempo insistia em não passar, fazendo piada. Uma sombra veio me assombrar, armou acampamento sobre mim.

Ontem meus problemas pareciam tão perto. Hoje, nem tanto. Hoje me descobri imperfeito, defeituoso e incapaz. Mas feliz.

3 comentários:

  1. você contribui extraordinariamente pra minha auto-destruição diária. Te adoro quem quer se seja.

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  2. Insistir no óbvio utópico e quebrar a cara. Espero aprender com esse erro, um dia.

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  3. Que lindo isso, Leão. Tão bom passar por aqui e ver que você escreveu algo novo!

    Esses dias fui ver um vídeo dos FDN e vi um chamado ''Feriado dos Mortos, trailer indie''. Que música linda! Qual o nome?

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