domingo, 16 de maio de 2010

Milonga.

A felicidade nos afeta tanto que começamos a viver sem notar o tempo passar, as folhas secando, o céu escurecendo, a mente se perdendo, os corpos sangrando, o coração apodrecendo.
Perdi-me e acorrentei-me a uma maré de felicidade, quando tudo o que queria era, por 24 horas que fosse, sentir você aqui.

As lembranças permanecem na minha mente, tristes e inertes. A dor é bem menor do que parece, mas eu ainda posso sentir os tornozelos sangrando. Ainda posso sentir a nossa morte.

Sou uma ampulheta, conto meus dias de maneira uniforme, mas basta um toque para que o caminho dificulte-me e me faça virar e rasgar páginas da minha vida, por raiva, por indisposição.

Às vezes (quase sempre) idiossincrasia me impede de compreender os valores da sociedade. Isso causa uma grande depressão em meu interiror. Não digo depressão, digo aquela eterna angústia por não estar sentindo nada, por nunca me encaixar em nenhum grupo, lugar, ou indivíduo convivente.

Quero me desligar do mundo, quero ser sedado. E você sabe do que eu mais preciso. Eu não preciso de ninguém, eu preciso de Algafan.

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