Sentei nas pedras, na beira da praia. As ondas batiam e molhavam a barra da minha calça. Dessa vez eu não tenho medo, estou cansado desse mar aberto de ilusões, não posso ter medo de molhar a barra da calça por medo de que a água tome conta de mim.
O mar estava relativamente calmo, apesar das ondas. Pude ver, num relance, o reflexo do meu rosto. Os olhos estavam sem vida e as olheiras acumulavam horas de sono mal dormidas devido a tudo isso que me circunda de um tempo pra cá. Tentei sorrir, mas falhei. Meu sorriso foi tomado de mim há muito tempo e meu coração já está partido demais para se importar com um fator tão pequeno quanto esse.
Uma onda atingiu-me e levou-me com ela, afogando-me em minhas próprias lágrimas e convicções. Tenho muitas convicções, mas tudo que pude fazer naquele momento foi implorar para que as águas do mar lavassem minha alma e tomassem conta das minhas mágoas.
Paro, penso e a conclusão: nula.
Eu estou aqui e continuo agindo certo, mesmo que sem querer. O tempo é que está errado, me fazendo, por momentos, sentir minha própria pulsação. Meu coração está dolorido demais para pensar em qualquer coisa para dizer. O que pude foi:
- Estou aqui para encorajar seus sorrisos. E espero que você não chore.
Gostei.
ResponderExcluirE só porque 'teus textos não são mais como antigamente', não precisa parar de escrever. Acho que enlouquecemos mais quando deixamos tudo dentro de nós. Por mais que não expresse realmente o que você sente, pelo menos alivia um pouco. É assim pra mim, pelo menos. :)